A arqueologia de um poema.
- Márcia Montenegro
- 17 de fev. de 2020
- 1 min de leitura

Desafio os arqueólogos das letras, aqueles que buscam a origem de tudo, a encontrarem a mão que desenhou estes versos.
“Porque tudo o que é lançado à terra germina
convertendo broto em erva, flor em fruto
numa desejável e invencível sina
a mim, tu te moves resoluto.
Sob a mesma lei que espargi a profusão de cores
sobre alvos campos do inverno intermitente
move marés, alteia montes, rompe flores
é que a ti, me entrego obediente.
E sem escolha, a vontade submetida
à mão divina, que do destino, guia o traço
vejo-te entregue, oferto minha vida
dóceis ao enleio de tão forte laço.
Cativo, por soberana vontade
Livre, atada a teu sorriso
Pelo deserto, fecho os olhos, me conduzes
E em liberdade, o regresso ao paraíso.”
Poema do século XIV de autoria desconhecida
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