La dame blanche
- Márcia Montenegro
- 19 de fev. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 21 de fev. de 2020

"A névoa tênue turvava a visão no caminho de volta, mas o vento que começara a soprar mais forte abriu passagem pela cerração, desnudando o contorno embaçado da lua recém-surgida. Atento, ouviu o barulho de patas de cavalo batendo no cascalho, aproximando-se. Endireitou o corpo sobre a sela, esperando em prontidão.
Alguém vinha em sua direção. Uma imagem desfocada, envolta pela bruma, formou-se a certa distância. Rapidamente, ele levou a mão à empunhadura da espada, apertou os olhos com as costas em arco e aguardou, silencioso, acalmando Arundel com a mão livre.
– Shhhh...
A imagem fez-se mais e mais nítida. A silhueta feminina definindo-se. Então, eles se viram.
Ela tinha os cabelos revoltos, ainda mais pálida à luz da lua, como um anjo de mármore pairando sobre a névoa, olhando para ele, embora Rupert não decifrasse o seu semblante. Ele de corpo e olhar rígidos, sem saber ao certo se era uma miragem ou a imagem real de Leonor que via, esporou o cavalo e galopou até ela."
Trecho da obra "A Rosa Silvestre".
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